sexta-feira, 13 de abril de 2012

Me apaixonando por Raul de novo


Foi por um triz que não me tornei uma daquelas fãs gordinhas de Raul Seixas que andam de camisetão preto com a letra de "Ouro de Tolo" nas costas. Não que me falte a gordura ou o duvidoso senso estético, mas alguém deve ter me soprado no ouvido: "Ei, 'toca Raul' é uma piada".

Seja como for, eu me salvei. Nunca fui a encontros raulseixistas no centro de São Paulo, chamei o homem de Raulzito ou usei o termo "Raul Rock Seixas" (apesar de já ter ido sozinha a um tributo numa Virada Cultural - 24 horas com toda a discografia, hã?).

Raul era como uma paixão adolescente, um chaveiro escrito Love. Daquelas histórias que você lembra às vezes e pensa: "ah, foi legal, mas não tem mais nada a ver". E quando você acha que estava tudo morto e enterrado - os velhos K7s, o sonho da Sociedade Alternativa, o casaco hippie peruano, vem o documentário do Walter Carvalho, "O início, o fim e o meio", para lembrar como o Raul é foda, genial. Como é divertido ouvir as músicas dele. Raul, Ipod. Ipod, Raul.

O filme, além de emocionar e garimpar material inédito no já revirado baú do Raul (sorry, não resisti), é de rolar de rir. Pontos altos: a mosca atrapalhando Paulo Coelho, o conceito de poligamia da mulher gringa do baiano e a entrevista do próprio para a Glória Maria sobre a ressaca do mar. Ao ver seu carro destruído pela maré alta, repetia, muito louco: "Mas a onda tá certa! A onda tá certa!".

Enfim, corre lá pra ver! Boas histórias, loucura num grau que hoje não se produz mais e muita diversão.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Se você passar o carnaval em Salvador, você vai:


- Dançar! Sim, meu amigo, você que está com os ingressos de Dylan e Morrissey comprados, vai pular ao som de "Arerê" abraçado com seus amigos e fazer coreografias. 

- Tomar uma piriguetinha. Para quem não sabe, piriguetinha é como os baianos chamam aquela latinha pequena de cerveja. "3 piriguetinhas por 5 reais" é a promoção de praxe e, de graça, leva a piada de duplo sentido.

- Ter opiniões como a música nova do Parangolé (Madeira de Lei) é a música do carnaval e é melhor que Rebolation. E ainda vai ouvir Claudinha Leitte dando o mesmo parecer em cima do trio. Sim, você vai falar Claudinha...

- Descobrir que pagode baiano é muito diferente de Belo, Exalta e afins. E perceber que é nesse ritmo que mora o verdadeiro espírito do carnaval de Salvador - popular, sem moral e cheio de malícia.

- Achar um certo charme no Xanddy rebolando e reavaliar os seus conceitos sobre homens que dançam axé. Então, com quinze anos de atraso, vai entender as aventuras de suas amigas em Porto Seguro.

- Saber, sem google, que Tomate era vocalista do Rapazolla. E, ainda assim, essa informação não vai te trazer referência alguma.

- Ouvir um milhão de vezes "Chame gente" e achar legal sempre.

- Se emocionar com o batuque da Timbalada, do Olodum, do Ilê Ayiê e parar de avacalhar o Carlinhos Brown. Pelo menos por uns dias.

- Na quarta de cinzas, ficar meio deprê porque não tem mais desculpas para quebrar até o chão sem passar ridículo.